quinta-feira, 31 de março de 2011

Síndrome do Túnel do Carpo


A partir de hoje vou postar pequenas revisões sobre temas comuns na esfera da reabilitação. Vou iniciar pela síndrome do túnel do carpo, tema que pode ser facilmente encontrado na internet. Presunçosamente tentei compilar as principais informações sobre o tema. Espero que ajude


A Síndrome do Túnel do Carpo (STC), pode ser definida como o conjunto de sinais e sintomas associados à compressão localizada do nervo mediano no interior do túnel do carpo resultando em dor, alteração da sensibilidade, déficit motor e alterações eletrofisiológicas. Trata-se de uma neuropatia periférica, ou seja: um distúrbio causado por uma lesão do nervo. Esta patologia foi descrita pela primeira vez na literatura em 1854 pelo médico britânico Sir James Paget em seu trabalho "Lectures on Surgical Pathology".
O nervo mediano é um dos três nervos periféricos que suprem a mão. Trata-se de um nervo misto formado a partir da união dos fascículos lateral e medial do plexo braquial e possui fibras das raízes de C5, C6, C7, C8 e T1, sendo formado principalmente pelas raízes de C6 e C7. Na borda distal do túnel do carpo, o nervo mediano divide-se em seu ramo motor tenar, que se dirige aos músculos abdutor curto, oponente e porção superficial do flexor curto do polegar, enquanto seus ramos sensitivos proporcionam sensibilidade à face palmar dos dedos polegar, indicador, médio e metade radial do dedo anular
A STC é a neuropatia compressiva mais comum e mais bem estudada do ser humano. O diagnóstico é baseado em:
(1) História clínica => Sintomas de formigamento, dor e alterações de sensibilidade nas mãos, principalmente localizados no polegar, indicador e dedo médio (área de inervação do nervo mediano), os quais pode surgir inicialmente no período noturno (é comum o paciente relatar que é acordado pela dor). Também é importante investigar a atividade laboral do paciente pois algumas pessoas classificam a STC entre as DORTS. Estudos epidemiológicos indicam como fatores de risco para a STC: Idade acima dos 30 anos, sexo feminino, obesidade além de doenças sistêmicas como Diabetes Melito, Hipotireoidismo, Gravidez, Artrite Reumatóide e Insuficiência Renal
(2) Exame Físico => É usado para o diagnóstico e também para determinar a gravidade das alterações funcionais. O teste de Phalen é o mais utilizado, mas pode-se também percutir o nervo mediano em seu trajeto (sinal de Tinel). A presença de hipotrofia tenar é um achado preocupante pois indica grave prejuízo do fluxo axonal.
(3) Exames complementares => A eletromiografia de condução pode ser utilizados para confirmar a STC, no entanto o diagnóstico é geralmente baseado na história clínica e nos achados do exame físico.

A liberação cirúrgica do ligamento transverso do carpo é considerado o padrão ouro de tratamento. Entretanto, nas fases iniciais, o tratamento conservador baseado em abordagem medicamentosa associada a condutas físicas tais como o uso de órteses de repouso noturno e exercícios terapêuticos pode controlar os sintomas e evitar a necessidade de intervenção cirúrgica.
É preciso estar atento também à uma outra condição que pode mimetizar os sintomas da síndrome do túnel do carpo: A síndrome do pronador redondo, que assim como a STC é também uma neuropatia do nervo mediano só que comprimindo o nervo em seu trajeto na altura do cotovelo, entre os dois ramos do músculo pronador redondo.
Além disso, a síndome do duplo esmagamento (double crush syndrome) não deve ser esquecida. aparentemente uma lesão nervosas proximal pode deixar o tronco nervoso mais vulnerável à compressões em seu trajeto distal. Embora o mecanismo patofisiológico ainda não esteja completamente elucidado, parece haver relação com alterações do fuxo axonal. Talvez por isso alguns pacientes com STC se beneficiem de técnicas de mobilização neural aplicadas masi proximalmente, como a mobilização e tração cervical.
Como tratamento, existem evidências favoráveis quanto ao uso de Laser (infelizmente não consegui ler o artigo para poder dar mais detalhes a respeito), uso de técnicas de terapia manual tais como a moblização neural, técnicas quiropráticas de mobilização ou manipulação dos ossos do carpo, uso do ultrasom terapêutico, além do uso de órteses de repouso e correções ergonômicas. Eu gostaria também de salientar que embora não hajam relatos na literatura, o uso de inativação de pontos-gatilho miofasciais também é útil na amenização dos sintomas.
A consulta à Revisões Sistemáticas disponíveis no site PEDro apresenta resultados conflitantes, pois algumas sugerem que o tratamento conservador é ineficaz enquanto outras recomendam o uso de abordagens conservadoras. Este conflito pode ser justificado pela amostra de artigos pesquisada em cada uma. Nas Revisões que comparam cirurgia X tratamento conservador, aparentemente envolveu pacientes com sintomas mais avançados de STC (os quais como já comentado são em geral casos masi graves com indicação cirúrgica). Enquanto que àquelas que sugerem a eficácia de métodos conservadores, analisou estudos que investigaram pacientes nas fases mais iniciais da doença.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Exercícios de Equilíbrio e Propriocepção para o Tornozelo


A entorse de tornozelo é provavelmente a lesão mais comum em esportistas [1], sendo a entorse em inversão o tipo mais freqüente, ocorrendo em cerca de 85% das vezes. Vários estudos demonstram que se não for tratada adequadamente, a entorse de tornozelo pode levar à instabilidade crônica, que pode afetar o desempenho e predispor o atleta ao risco de se lesionar novamente [2-5].
Freeman propôs o termo Instabilidade Funcional (IF) para designar o “falseio” que alguns pacientes referem mesmo após terem completado o programa de fisioterapia [6]. Neste ponto, é preciso diferenciar a IF da instabilidade mecânica (IM), a qual possui uma etiologia anatômica clara. Esta distinção é importante porque Freeman escreveu que o FI estava presente em cerca de 40% das lesões do ligamento lateral do tornozelo, e que esta instabilidade seria causada por déficits dos impulsos nervosos provenientes do tornozelo [6]. Em outras palavras: um déficit envolvendo propriocepção. Vale apena relembrar que a propriocepção é a capacidade de reconhecer como o corpo está orientado no espaço e fazer os ajustes necessários para evitar lesões. Proprioceptores nos músculos que agem sobre o tornozelo fornecem feedback para atingir e manter o equilíbrio. Freeman também sugeriu que este déficit poderia ser permanente, resultando em prejuízo para a estabilização reflexa dos músculos da perna e tornozelo.
Quando estes conceitos são aplicados na prática clínica, torna-se evidente que cabe ao fisioterapeuta elaborar e implementar um programa de reabilitação para tratar estes déficits. Um programa de reabilitação pós entorse de tornozelo deve levar em conta os seguintes fatores: A compreensão da estrutura e função da articulação do tornozelo, seus receptores associados, e seu envolvimento com o sistema locomotor, e no caso de atletas, treinamento específico para atender às demandas do esporte de forma a permitir o retorno pleno a atividade [7] Programas de reabilitação para o tornozelo devem abordar a proteção das estruturas ligamentares, manutenção da amplitude de movimento, fortalecimento da musculatura de suporte e treino de equilíbrio e propriocepção.

PROTEÇÃO DAS ESTRUTURAS
Durante a fase inicial do tratamento, os objetivos são: diminuir o edema e proteger as estruturas danificadas. Diversos têm demonstrado os efeitos prejudiciais do edema sobre a ação muscular reflexa [8]. Ao identificar este problema, o fisioterapeuta deve iniciar o protocolo PRICE (proteção, repouso, gelo, compressão e elevação). Exercícios suaves de amplitude de movimento podem ser iniciados ainda nesta fase.

AMPLITUDE DE MOVIMENTO E FORÇA Seguindo aos exercícios de amplitude de movimento ativo-livres conforme tolerado, pode-se começar a pensar em atividades contra resistência, pois o ganho de força é também um componente importante para o reforço da propriocepção [9].

Inicialmente, as atividades de resistência podem ser executadas aplicando-se a resistência manualmente, pois assim o fisioterapeuta é capaz de adaptar a sua resistência para alcançar um nível máximo sem dor. Além disso, evita-se o risco de suscitar um movimento inesperado ou inadequado do tornozelo.

Pode-se progredir para exercícios em cadeia cinética fechada (CCF). Neste caso, é importante ter em mente que as atividades em CCF, em oposição a atividades em cadeia cinética aberta, simulam melhor as atividades funcionais do tornozelo. Além disso, equilíbrio e estabilidade também são trabalhados melhor em CCF por meio da co-contração muscular. Um exercício inicial em CCF seria o apoio unipodal independente (ou com ajuda externa mínima) sobre o membro afetado, enquanto movimenta o membro inferior não afetado alternadamente entre a abdução, flexão eextensão, de preferência sem tocar o solo entre um movimento e outro. Isto exige a adaptação a mudanças no centro de gravidade sobre uma base relativamente pequena de apoio.

Em seguida, pode-se progredir para a utilização da prancha de equilíbrio com os olhos abertos e depois fechados para minimizar o efeito do feedback visual. Lembrando que atividades de força também podem ser feitas em CCF.



REABILITAÇÃO ESPECÍFICA PARA O ESPORTENo caso de estar tratando atletas, o objetivo da fase final do programa de tratamento é a segurança de retorno ao esporte com o menor risco de nova lesão. Assim, o fisioterapeuta deve examinar de perto o desporto do atleta e tentativa de replicar as suas exigências, tanto quanto possível na reabilitação.


Quem quiser ter mais idéias sobre exercícios de propriocepção, tem uns videos muito bons no youtube. No video seguinte, dá pra ver alguns exercícios básicos para tornozelo. Quem já tem experiência em fisio desportiva provavelmente não vai achar nada de mais. Mas mesmo assim recomendo assistir. Não só pelo conteúdo mas principalmente pela trilha sonora. Aumenta o volume pra ouvir Back in Black do AC/DC ! ! ! ! ! 


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O video seguinte tem uma seleção de exercícios que eu não conhecia e que achei muito interessantes. O vídeo começa os som do bom e velho Ozzy Osbourne. Pena quea segunda música não segue o mesmo gênero musical... bom, não tenho do que reclamar. Podia ser pior. Podia ser música sertaneja.




REFERÊNCIAS

[1] Garrick JG, Requa RK. The epidemiology of foot and ankle injuries in sports. Clin Sports Med 1988;7(1):29-36.

[2] Diamond JE. Rehabilitation of ankle sprains. Clin Sports Med 1989;8:877-891.

[3] Bernier JN, Perrin DH, Rijke A. Effect of unilateral functional instability of the ankle on postural sway and inversion and eversion strength. J Athlet Train 1997;32(3):226-232.

[4] Lentall G, Baas B, Lopez D, et al. The contributions of proprioceptive deficits, muscle function and anatomic laxity to functional instability of the ankle. J Orthop Sports Phys Ther 1995;21(4):206-215.

[5] Rozzi SL, Lephart SM, Sterner R, Kuligowski L. Balance training for persons with functionally unstable ankles. J Orthop Sports Phys Ther 1999;29(8):478-486.

[6] Freeman MA. Instability of the foot after injuries to the lateral ligaments of the ankle. J Bone Joint Surg 1965;47B(4):669-677.

[7] Molnar ME. Rehabilitation of the ankle. Clinics in Sports Medicine, 1988;7(1):193-204.

[8] Tropp H, Ekstrand J, Gillquist J. Stabilometry in functional instability of the ankle and its value in predicting injury. Med Sci Sports Exerc 1984;16(1):64-66.

[9] Newton RA. Joint receptor contributions to reflexive and kinesthetic responses. Phys Ther 1982;62:22-29.

LINKs

http://scoretrain.com/balancetraining.aspx

Cadeia Cinética Fechada nos membros Superiores


Dando continuidade a postagem anterior sobre cadeias cinéticas, fiz uma tradução livre de alguns trechos do capítulo de exercícios em cadeias cinéticas aberta e fechada do livro: " Techniques in musculoskeletal rehabilitation"
Achei interessante compartilhar estas informações pois são poucos os textos disponíveis na web sobre as cadeias cinéticas fechadas em MMSS.
Espero que seja útil.
abraços
Embora seja verdade que os exercícios em Cadeia Cinética Fechada (CCF) sejam mais comuns para a reabilitação das extremidades inferiores, existem muitas situações onde exercícios em CCF devem ser incorporados no processo de reabilitação das extremidades superiores. Ao contrário das pernas, os braços são muito mais funcionais ao agirem como um sistema de Cadeia Cinética Aberta (CCA). A maior parte das atividades de membro superior exigem que a mão se movimente livremente. Nestes movimentos, os segmentos proximais da cadeia cinética tem a função de estabilização para permitir a mobilidade do segmento distal.
Exercícios de flexão de braço ou exercícios na barra fixa são exemplos de atividades em CCF da extremidade superior. Nestes casos, as mãos estão estabilizadas, e as contrações musculares ao redor dos segmentos mais proximais como o cotovelo e ombro têm a função de elevar o corpo. Além disso, outras atividades como nadar e esquiar no estilo cross-country envolvem uma rápida alternância de movimentos de CCA e CCF, muito parecidas com os que acontecem nos membros inferiores durante a corrida.
Durante a reabilitação, exercícios em CCF são utilizados primariamente para fortalecimento e para reestabelecer o controle neuromuscular dos músculos que agem na estabilização da cintura escapular. Em particular, para treinar simultaneamente a função dos estabilizadores escapulares e dos músculos do manguito rotador ou em isolado para treinar o controle destes músculos sobre o ombro. É essencial desenvolver tanto força e controle neuromuscular nestes grupamentos, permitindo assim que eles forneçam uma base estável para os movimentos dinâmicos que ocorrem no segmento distal.

COMPLEXO DO OMBRO
Atividades com descarga de peso em CCF podem ser utilizadas tanto para promover quanto para melhorar a estabilização dinâmica articular. Os exercícios em CCF são utilizados freqüentemente com as mão fixas, de modo que nenhum movimento ocorra. A resistência é então aplicada tanto axial quanto rotacionalmente. Estes exercícios produzem tanto compressão articular quanto aproximação, as quais agem para melhorar a co-contração ao redor da articulação produzindo estabilização dinâmica.
Dois pares de força essenciais devem ser reestabelecidos ao redor da articulação glenohumeral: O deltóide anterior junto com o infraespinhoso e redondo menor no plano frontal, e o subscapular contrabalançado pelo infraespinhoso e redondo menor no plano transverso. Estes músculos em oposição funcionam como estabilizadores da articulação glenohumeral ao aproximar e comprimir a cabeça humeral na cavidade glenóide via co-contração muscular.
Os músculos escapulares têm a função de posicionar dinamicamente a glenóide em relação à posição do úmero em movimento, resultando em um ritmo escapulohumeral normal de movimento. No entanto, eles podem também garantir uma base estável sobre a qual o úmero altamente móvel possa funcionar. Se a escápula for hipermóvel, a função de toda a extremidade superior estará comprometida. Deste modo, pares de força entre o trapézio inferior, contrabalançado pelo trapézio superior e elevador da escápula, e os rombóides e trapézio médio contrabalançado pelo serrátil anterior são críticos na manutenção da estabilidade escapular. Novamente, atividades em CCF realizadas com as mãos fixas devem ser utilizadas para melhorar a estabilidade escapular.

EXERCÍCIOS EM CCA E CCF PARA A REABILITAÇÃO DE LESÕES DA EXTREMIDADE SUPERIOR
Geralmente, execícios em CCF para a glenoumeral são utilizados nas fases iniciais do programa de reabilitação, particularmente nos casos de ombro instável, com o objetivo de promover co-contração e recrutamento muscular. Da mesma forma, exercícios em CCF devem ser utilizados nas fases finais para promover resistência muscular dos músculos ao redor das articulações glenoumeral e escapulotorácica. Podem também ser utilizados em conjunto com atividades em CCA para aumentar a estabilidade durante os movimentos balísticos.
Em relação ao cotovelo, os exercícios devem ser planejados para melhorar o equilíbrio muscular e o controle neuromuscular entre agonistas e antagonistas. Exercícios em CCF devem ser utilizados para melhorar a estabilidade dinâmica dos grupos musculares mais proximais, nas atividades em que o cotovelo deve fornecer estabilidade proximal . Exercícios em CCA para fortalecimento dos flexores, extensores, pronadores e supinadores são essenciais para a recuperação de movimentos de alta velocidade, necessários para atividades tipo arremesso.
TRANSFERÊNCIA DE PESO EM CCF
Uma grande variedade de exercícios envolvendo deslocamento de peso podem ser realizados de modo a gerar compressão axial para facilitar a estabilização da glenoumeral e da escapulotorácica. A transferência de peso pode ser feita nas posições de pé, no apoio quadrúpede, tripé, ou bípede (braço e perna opostos) com o peso apoiado sobre uma base estável ou sobre uma superfície instável.
O deslocamento de peso pode ser feito de um lado para o outro, para frente e para trás ou em diagonal. A posição da mão pode ser ajustada desde uma grande base de apoio até uma base estreita, com uma mão apoiada sobre a outra para aumentara a dificuldade. Os pacientes podem ajustar a quantidade de peso descarregado sobre os membros conforme a tolerância. Um padrão de PNF tipo D2 pode ser utilizado no apoio tripé para forçar o membro no apoio contralateral a produzir uma co-contração e desta forma gerar estabilização. A estabilização rítmica pode também ser utilizada para recuperar o controle neuromuscular dos músculos escapulares com a mão em CCF em presões aleatórias aplicadas sobre as bordas escapulares.

FLEXÕES DE BRAÇOS E SUAS VARIAÇÕES EXÓTICAS
Exercícios de flexão de braços são utilizados para reestabelecer o controle neuromuscular. Este exercício realizado sobre uma superfície instável, como a plyoball exige uma boa dose de força além de gerar uma carga axial que exige co-contração dos pares de forças agonistas e antagonistas ao redor das articulações glenoumeral e escapulotorácica. Uma variação do exercício padrão de flexão de braços seria o de realizar contrações alternadas e recíprocas. Isto se consegue solicitando ao paciente “subir escadas com os braços”, ou flexão unilateral com um braço apoiado sobre um step.

Cadeia cinética aberta versus cadeia cinética fechada


A postagem de hoje é sobre as cadeias cinéticas. Resolvi aprofundar um pouco a discussão sobre este tema uma vez que as informações disponíveis na internet abordam, em sua maioria, apenas a cadeia cinética fechada em lesões de joelho.
Pois bem, então vamos começar pelo princípio:


Histórico
Inicialmente é importante saber que historicamente, os princípios e conceitos da cinesiologia humana e da biomecânica do movimento evoluiram a apartir do estudo da engenharia mecânica. O conceito de cadeia cinética originou-se em 1955, quando Steindler utilizou teorias de engenharia mecânica de cinemática fechada e conceitos de ligações (links) para descrever a cinesiologia humana. De acordo com este modelo, cada um dos segmentos articulares do corpo envolvidos em um determinado movimento constitui uma ligação ao longo das cadeias cinéticas.


Assim, no caso de uma cadeia cinética fechada, podemos considerar que vários segmentos rígidos sobrepostos estão conectados em uma série de juntas móveis. Este sistema permite o movimento previsível de uma junta baseado no movimento de outras juntas. Na extremidade inferior do corpo humano, cada segmento ósseo pode ser visto como o segmento rígido. De foma similar, as articulações sinoviais talocrural, subtalar , tibiofemoral e coxo-femoral como juntas de conexão. Esta descrição é meio confusa, mas ela refere-se ao modelo utilizado em engenharia e pode ser exemplificado na imagem abaixo. - Se algum engenheiro quiser comentar, sinta-se a vontade.
Aplicando estes conceitos ao movimento humano, Steindler observou que dependendo da carga na “junta terminal”, era possível classificar as cadeias cinéticas em duas categorias distintas: A Cadeia Cinética Aberta (CCA) e a Cadeia Cinética Fechada (CCF). Ele observou que o recrutamento muscular e o movimento das articulações eram diferentes quando o pé ou a mão estavam livres e quando o pé ou a mão estavam fixados (ou ao trabalhar contra resistência considerável).

Sempre que o pé ou a mão encontram resistência ou estão fixados, como na cadeia cinética fechada, os movimentos dos segmentos mais proximais ocorrem em um padrão previsível. Se o pé ou a mão se movem livremente no espaço em uma cadeia aberta, os movimentos que ocorrem em outros segmentos da cadeia não são necessariamente previsíveis.

Tradicionalmente, os protocolos de fortalecimento em reabilitação utilizam exercícios em CCA como, por exemplo a flexão e extensão de joelho com o paciente sentado e com carga. Mas apesar da popularidade atual dos exercícios em CCF, devemos enfatizar que tantos os exercícios em CCA quanto CCF tem seu papel no processo de reabilitação.

CADEIA CINÉTICA ABERTA
Um movimento em CCA é definido como aquele que ocorre quando o segmento distal de uma extremidade move-se livremente no espaço, resultando no movimento isolado de uma articulação (ex: a perna se movimentando na fase de balanço da marcha, o ato de chutar uma bola, o aceno de mão ou o ato de levar um copo a boca para beber água ).

CADEIA CINÉTICA FECHADA
Um movimento em CCF é definido como aquele nas quais as articulações terminais encontram resistência externa considerável a qual impede ou restringe sua movimentação livre.
Exemplos de atividades de CCF dos MMSS são: o exercício de flexão de braço, a utilização dos braços para se levantar de uma cadeira, o apoio dos membros superiores durante a a marcha com muletas. Exemplos de atividades de CCF dos MMII: descer escadas, leg press e agachamentos.

EXERCÍCIOS EM CADEIA CINÉTICA ABERTA VERSUS CADEIA CINÉTICA FECHADARecentemente, o conceito de CCF tem recebido considerável atenção como técnica de reabilitação eficiente e útil, particularmente na reabilitação dos membros inferiores.Ambas CCA e CCF oferecem vantagens e desvantagens distintas no processo de reabilitação. A escolha em se usar uma ou outra vai depender do objetivo de tratamento.
Características dos exercícios em CCF incluem forças compressivas articulares aumentadas, aumento da congruência articular e portanto maior estabilidade, redução das forças de cisalhamento, redução das forças de aceleração, forças de resistência aumentadas, estimulação dos proprioceptores e melhoria da estabilidade dinâmica. Todas estas características estão associadas ao suporte de peso. Assim, atividades em CCF ajudam a reforçar a sincronização dos padrões de ativação muscular tanto para agonistas quanto para antagonistas, que se ativam durante estabilização e deambulação.


Entre as características dos exercícios em CCA estão: forças de aceleraçãomaiores, forças de distração e rotacionais mais intensas, forças concêntricas de aceleração e forças de desaceleração excêntricas. Estas são em geral características de atividades sem descarga de peso.
A partir de uma perspectiva biomecânica, acredita-se que exercícios em CCF sejam mais seguros e que produzam forças potencialmente menos danosas a estruturas em processo de reparo pós lesão do que os exercícios em CCA.

A coativação ou co-contração de músculos agonistas e antagonistas deve ocorrer durante os movimentos normais para gerar estabilização articular. A co-contração que ocorre durante atividades em CCF diminuem as forças de cisalhamento que agem sobre a articulação, assim protegendo os tecidos moles em processo de recuperação, os quais de outra forma poderiam ser danificados em atividades em CCA.
Também argumenta-se que atividades em CCF, particularmente nos membros Inferiores seriam mais funcionais do que as CCA pelo fato de envolverem descarga de peso.
Com exercícios em CCA, o movimento geralmente é isolado em uma única articulação. Atividades em CCA teriam como inidcação exercícios para aumentar força ou amplitude de movimento. Eles podem ser aplicados em uma única articulação manualmente, como nos exercícios de PNF ou por meio de alguma resistência externa utilizando therabands.


A preferência em realizar atividades em CCF sobre a CCA é baseada na premissa de que exercícios em cadeias cinéticas fechadas, particularmente nos membros inferiores parecem replicar tarefas funcionais melhor do que as CCA . Isto porque a CCF parece permitir toda uma cadeia muscular se exercitar ao mesmo tempo. Além disso, exercícios em CCF demonstraram melhorar a congruência articular, diminuir as forças de cisalhamento e estimular os mecanoceptores articulares utilizando carga axial e aumento de forças compressivas sobre a articulação.
Entretanto, é importante ressaltar que a vasta maioria das atividades funcionais envolve uma combinação das cadeias cinéticas abertas e fechadas, muito mais do que meramente uma ou outra. Assim, atividades funcionais são melhor vistas como parte de um continuum entre ações de cadeias abertas e fechadas que se alternam e complementam para gerar o movimento normal.

RESUMO DA ÓPERA:As seguintes características são comuns a atividades em Cadeia Cinética Fechada:
(1) Interdependência do movimento articular (Ex: flexão de joelho depende da dorsiflexão do tornozelo).
(2) O movimento ocorre proximal e distal ao eixo da articulação de modo previsível (ex: flexão de joelho é acompanhada pela flexão, rotação interna e adução de quadril, e pela dorsiflexção de tornozelo e rotação interna da tíbia).
(3) As contrações musculares são predominantemente excêntricas, associada a estabilização dinâmica muscular sob a forma de co-contração.
(4) Presença de maiores forças de compressão articular resultando em menor cisalhamento e estabilização articular garantida pela maior congruência articular.
(5) Maior estímulo proprioceptivo devido ao maior número de mecanoceptores estimulados.
As seguintes características são comuns a atividades em Cadeia Cinética Aberta:


(1) Independência do movimento articular (ex: a flexão do joelho independe da posição do tornozelo).
(2) Movimento ocorrendo no eixo distal da articulação (ex: o resultado da flexão de joelho é apenas o movimento da perna).
(3) Contrações musculares predominantemente concêntricas.
(4) Ativação dos mecanoceptores limitada à articulação em movimento e estruturas
próximas.

REFERÊNCIAS

Closed kinetic chain exercise: a comprehensive guide to multiple joint exercise‎

Orthopedic examination, evaluation, and intervention‎ 

Techniques in musculoskeletal rehabilitation‎ 

Therapeutic exercise: moving toward function‎

quinta-feira, 24 de março de 2011

Fisioterapia Geriátrica

A área de Geriatria e Gerontologia está sendo atualmente muito visada, pois devido ao aumento da expectativa de vida, os idosos formam o segmento que mais cresce no Brasil.

A especialização em Fisioterapia Geriátrica tem como objetivo a promoção, manutenção e recuperação da saúde especifica do idoso, em todas as áreas de atuação do fisioterapeuta.

Como conseqüência das principais alterações biológicas ocorridas pelo processo de envelhecimento – a diminuição da massa muscular e da densidade óssea, perda da força muscular, perda da agilidade, da coordenação motora, do equilíbrio, da mobilidade articular, dentre outros – os idosos ficam mais vulneráveis às quedas, principais causas de acidentes.

A fisioterapia preventiva tem como objetivo criar um programa de “prevenção às quedas”, melhorando a força muscular, equilíbrio, propriocepção, coordenação motora e deve estar aliada com orientações aos pacientes (principalmente àqueles que apresentam comorbidades e que faz uso polifarmacoterapia) e familiares sobre retirada ou fixação de tapetes, instalação de faixas antiderrapantes no piso e barras de suporte no banheiro e em corredores.

Entre as alterações relacionadas à idade, estão a presença de fatores de risco e a ocorrência de doenças crônico-degenerativas, que determinam um certo grau de dependência, relacionado diretamente com a perda de autonomia e dificuldade de realizar as atividades básicas de vida diária, interferindo na sua qualidade de vida.

A existência de déficit ou perda da capacidade funcional (capacidade de o indivíduo realizar suas atividades físicas e mentais necessárias para manutenção de suas atividades básicas e instrumentais), que geralmente está associada com as condições de artropatias, hipertensão arterial sistêmica sistólica e/ou diastólica e cardiopatias; pode acarretar em fragilidade, dependência, institucionalização, risco aumentado de quedas, problemas de mobilidade e morte, trazendo complicações ao longo do tempo e gerando cuidados de longa permanência e alto custo.

Nesse caso, a fisioterapia é peça fundamental no que se diz respeito a recursos terapêuticos utilizados com finalidades de manutenção da autonomia e independência funcional do idoso, contribuindo para o envelhecimento saudável e bem sucedido.

Toda assistência à saúde do idoso a ser prestada pelo fisioterapeuta e toda a equipe de saúde, deve ser conduzida em conformidade com as Diretrizes Essenciais contidas na Política Nacional do Idoso, consubstanciadas na promoção do envelhecimento saudável; manutenção da autonomia e da capacidade funcional; assistência às necessidades de saúde do idoso; reabilitação de capacidade funcional comprometida e, apoio ao desenvolvimento de cuidados informais [1].

A atenção integral do idoso de forma mais humanizada, com ações de prevenção de agravos, promoção, proteção e recuperação da saúde, exigem a participação de equipes multiprofissionais e interdisciplinares, incluindo a participação do fisioterapeuta.

Dessa forma, baseando-se nas condições psico-físico-social, o fisioterapeuta é capaz de atuar desde a atenção básica até reabilitação, participando efetivamente na transformação social que se faz necessária à saúde e buscando promover, aperfeiçoar ou adaptar através de uma relação terapêutica, o indivíduo a uma melhor qualidade de vida.

terça-feira, 22 de março de 2011

A Síndrome da Pedrada

AVISO AOS NAVEGANTES
Esta é uma postagem direcionada a estudantes e profissionais de fisioterapia. Se você está com dores na perna ou em qualquer outra parte do corpo, não tente fazer o diagnóstico sozinho(a).
Dito isso, segue a postagem...
 
Você já ouviu falar da síndrome da pedrada? Esta síndrome nada mais é do que o nome criativo dado ao estiramento muscular das fibras do músculo Gastronêmio - geralmente envolvendo a cabeça medial. Esta condição é também chamada de “Tennis Leg”. Esta denominação pouco usada no Brasil, mas útil para quem quiser procurar mais informações sobre o assunto em sites de língua inglesa..
 
E por que síndrome da pedrada ?
A contração brusca e intensa do músculo tríceps sural pode de gerar uma ruptura de suas fibras. Geralmente é causada durante a corrida (como ao atravessar a rua). Esta lesão caracteriza-se por dor súbita localizada na parte posterior da perna, de intensidade variável, seguida de hematoma. Pode ocorrer também um estalido audível. Devido a estas características, alguns pacientes relatam que a sensação no momento da lesão é como se tivessem sido atingidos por uma pedra ou uma bala perdida (por alguma razzão esta última associação é muito comum entre os cariocas). No momento da lesão a perna pode falsear, fazendo a pessoa cair no chão.
 
O grau de ruptura muscular pode variar de leve, apresentando sintomas de pequena intensidade, a moderado, fazendo o indivíduo mancar. Em casos graves, a ruptura muscular pode mesmo incapacitar a pessoa de andar. Às vezes, especialmente entre idosos e pessoas na meia-idade, os sintomas podem ser confundidos com um episódio de Trombose Venosa Profunda (TVP).
 
Quais são os sintomas?

No momento da Lesão:
Ocorre uma dor súbita e aguda, seguida por uma dor em queimação na panturrilha afetada. A pessoa geralmente descreve um "estalo" na panturrilha e, por vezes, acredita que ele ou ela tenha sido atingido por trás, como se por uma pedra ou bala perdida (relato mais comum entre os cariocas). A perna pode falsear, fazendo a pessoa cair no chão. Um outro sintoma pouco mencionado é que em casos moderados/graves, a batata da perna fica “murcha” (hipotônica), acredito que isso aconteça devido a uma inibição muscular pela dor.
 
Após a lesão aguda
A dor pode variar de leve a intensa, dependendo da gravidade do estiramento muscular. O paciente pode apresentar incapacidade de colocar o calcanhar no chão, geralmente caminhando na ponta dos dedos do pé para reduzir a dor. A dor pode estender-se por todo o comprimento do músculo lesionado e piorar durante a contração ativa ou alongamento passivo. Equimoses e hematomas podem surgir no tornozelo. A recuperação depende do grau da lesão, em geral variando entre alguns dias até cerca de seis semanas.

Em geral esta lesão não deixa sequelas. Porém nos casos mais graves, se não for tratada corretamente, a remodelação cicatricial pode ocorrer de forma desorganizada, o que pode tornar o músculo fraco e propenso a novas lesões.
… e agora o que todo mundo quer saber:
 
Fisioterapia
O fisioterapeuta é o profissional mais capacitado para orientar e supervisionar os exercícios e atividades mais adequadas para a recuperação desta lesão. Portanto, se você está lendo esta postagem porque se lesionou e decidiu consultar o Dr. Google antes de um médico ou fisioterapeuta, recomendo que você pense bem no que está fazendo... tem certeza que acertou o diagnóstico ? Pense bem, pois um tratamento mal feito pode comprometer seriamente sua perna. Você já assistiu House alguma vez?
Dada esta nova advertência, podemos prosseguir.
 
O tratamento imediato
  • RICE (repouso, gelo, compressão e elevação) para as primeiras 48 horas. Elevação da perna evita o inchaço. Além disso, o repouso neste período também é importante.
  • Uma meia elástica pode ser prescrita.
  • Para casos mais graves, deve-se usar muletas, com carga zero no membro afetado.
  • Após a consulta com o médico, a prescrição de medicamentos para o controle da dor e inflamação.
 
Fisioterapia
Inclui retorno as atividades de membro inferior conforme tolerância.
Com a redução da dor, pode-se utilizar alguns alongamentos e atividades concêntricas e excêntricas. Eu acho interessante desenvolver atividades com descarga de peso parcial ou total (conforme tolerância) reproduzindo as fases da marcha para melhorar o controle neuromuscular. Aliás, uma boa pedida seria antes mesmo das atividades com carga utilizar algumas irradiações de PNF para “acordar a musculatura”.
Monitore o retorno das atividades de caminhada e de dirigir carros. Não se esqueça dos alongamentos e atividades de propriocepção. Cuidado para não ultrapassar o limiar de dor, pois isto pode atrasar o processo de recuperação.
 
É isso aí pessoal, espero que as dicas sejam úteis

segunda-feira, 21 de março de 2011

Óleo de planta ajuda a recuperar movimentos de vítimas de AVC


O óleo essencial da Alpinia speciosa Schum, planta regional do Nordeste conhecida como 'Bastão do Imperador' e muito utilizada na fabricação de colônias para o candomblé, tem ação relaxante que ajuda na recuperação pacientes com o sistema nervoso lesionado por doença vascular encefálica, lesões de medula, paralisia cerebral, traumatismo crânio-encefálico, esclerose múltipla, entre outras enfermidades que atingem a via nervosa.
A descoberta, feita em Sergipe pela fisioterapeuta Edna Aragão Farias Cândido durante a conclusão do doutorado pela Rede Nordeste de Biotecnologia (Renorbio), já gerou patentes nacional e internacional.
Edna Aragão, que desenvolveu pesquisas no Centro de Fisioterapia da Universidade Tiradentes, em Aracaju (SE), avaliou quase mil grupos musculares e acompanhou 75 pacientes. Todos recobraram os movimentos. O caso mais significativo é o do lutador de jiu-jitsu sergipano João Alberto Alves, 31 anos.
Em 2007, Alves sofreu um acidente vascular encefálico após cirurgia para retirada da glândula tireoide. "Eu era independente e, de uma hora para outra, me vi precisando de ajuda para fazer tudo. Foi muito difícil", afirma o lutador que sequer levantava da cama, mas hoje usa o andador com facilidade e faz exercícios físicos.
Em uma situação patológica, por falta de controle do sistema nervoso central, os impulsos nervosos vindos da medula para o músculo ficam acentuados, causando espasticidade (espasmos) e, ao mesmo tempo, paralisia muscular. Em sua tese, a pesquisadora mostrou que o óleo atua nos canais de cálcio, responsáveis pela contração muscular. O excesso de cálcio promove a tensão do músculo. Sua normalização permite que o músculo contraia e relaxe normalmente, o que gera energia para novos movimentos.
Patentes
Foram investidos cerca de R$ 30 mil que renderam patentes nacional e internacional à empresa pernambucana e ao Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP), centro de laboratórios instalado em Aracaju, onde Edna Aragão realizou os estudos sobre a ação da Alpinia.
O próximo passo da Hebron e do ITP é conseguir autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária para industrializar e comercializar o óleo essencial. A expectativa é que isso aconteça em 2012.

A pesquisa desenvolvida em Sergipe despertou o interesse da Hebron, fabricante de fitoterápicos com sede em Recife (PE) e relações comerciais em países como Estados Unidos, Cuba, África do Sul, Portugal e Áustria. A empresa cultivou a planta, forneceu matéria-prima para o tratamento dos pacientes sergipanos e financiou equipamentos para a avaliação dos resultados.
fonte:http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4986047-EI8147,00-Oleo+de+planta+ajuda+a+recuperar+movimentos+de+vitimas+de+AVC.html#tarticle

segunda-feira, 14 de março de 2011

Fisioterapêuta tricolor anima Luis Fabiano

São Paulo envia fisioterapeuta para cuidar do atacante, que se recupera de lesão no joelho direito. Apresentação oficial está marcada para o dia 30

 

Luis Fabiano está recebendo tratamento vip do São Paulo em Sevilha, na Espanha. Nesta segunda-feira, o atacante iniciou tratamento para se recuperar da lesão no joelho direito em um quarto de hotel montado especialmente para atendê-lo. O fisioterapeuta do Tricolor Ricardo Sasaki chegou ao local e logo equipou a suíte com equipamentos do Reffis, como uma maca e outros acessórios.
Luis Fabiano fisioterapia (Foto: Divulgação)Luis Fabiano recebe tratamento VIP do fisioterapeuta Ricardo Sasaki (Foto:  Divulgação / site oficial SPFC)

- Trouxe alguns aparelhos do nosso centro de recuperação (Reffis) e pedi para ficar em um hotel que tivesse uma boa academia. Será um tratamento como se estivéssemos em São Paulo, mas em Sevilha - explicou Sasaki, que já viajou em anos anteriores até a Europa para cuidar de Kaká, Cicinho e Júlio Baptista.

Será um tratamento como se estivéssemos em São Paulo"
Ricardo Sasaki, fisioterapeuta
Sasaki encontrou Luís Fabiano com atraso nesta segunda, por causa da demora em seu voo até Madri, onde fez conexão para chegar a Sevilha. Mesmo assim, acompanhou Fabuloso em sua sessão noturna de fisioterapia, até 21h (horário local). Nos próximos dias, o futuro camisa 9 do São Paulo vai trabalhar em dois períodos (manhã e tarde). Ele ainda não tem data para retornar ao Brasil, já que não pode mais ser inscrito no Campeonato Paulista.

- Não temos pressa porque o Luis (Fabiano) só vai poder disputar a Copa do Brasil em diante. Vamos ficar aqui, trabalhando, sem pressão. Este período vai ser bom para ele cuidar das coisas dele, como a mudança para o Brasil - completou Sasaki.

O fisioterapeuta é o segundo funcionário do Tricolor a chegar a Sevilha para cuidar de Luis Fabiano. O assessor de imprensa Felipe Espindola está na cidade espanhola há dez dias.

A ida de Sasaki também faz parte da estratégia de marketing da diretoria. O jogador poderia realizar o mesmo tratamento na capital, no CT da Barra Funda, mas a ideia é evitar o assédio e fazer crescer o suspense em torno da chegada do Fabuloso. A apresentação oficial está marcada para o dia 30, mas o local é mantido em sigilo. As entrevistas com o jogador também estão proibidas – todas as declarações dele, até o momento, foram divulgadas no site oficial do São Paulo. O objetivo é turbinar o lançamento da nova página do clube na internet.


fonte:http://globoesporte.globo.com/futebol/times/sao-paulo/noticia/2011/03/fisioterapeuta-do-sao-paulo-diz-que-luis-fabiano-esta-evoluindo.html

domingo, 13 de março de 2011

Está chegando o fim da Fisioterapia?????

Quando eu nasci o mundo era bem diferente do que é hoje. Pra começar não existia celular, TV a cabo e muito menos internet banda larga. A primeira década do século XXI consolidou a tecnologia como um bem de consumo essencial para o ser humano. Apesar desta constatação, sempre achei curiosa a demora com que a tecnologia é incorporada pelas ciências da saúde, particularmente a reabilitação. Mas apesar desta defasagem, eu acredito que o século XXI será conhecido como o século da reabilitação. Não digo isso por ser um cara que vê o copo sempre meio cheio (pra ser sincero, estou longe disso!) , mas sim pela quantidade de pesquisas promissoras em andamento. Temos desde células-tronco para a cura de lesões medulares e doenças neurodegenerativas até o novíssimo exoesqueleto ReWalk, passando por próteses computadorizadas, e terapias baseadas em realidade virtual.

Com todos estes milagres prestes a acontecer, eu me pergunto se este não será o fim da fisioterapia. Afinal de contas, se uma injeção de células tronco for capaz de curar lesões medulares, doença de Parkinson, AVC, Esclerose Lateral Amiotrófica, unha encravada e até feiura, por que alguém procuraria um fisioterapeuta?
Calma, calma, não criemos pânico! Não vá sair correndo pra se matricular em outra faculdade e nem rasgar os certificados dos cursos que você já fez. Eu acredito que mesmo com a possibilidade de cura, as pessoas ainda precisarão reaprender a utilizar seus corpos. Veja, por exemplo a entrevista publicada na revista Info exame em novembro de 2010 com o pesquisador brasileiro Miguel Nicolelis (clique aqui para ler).

Nicolelis está pesquisando formas de realizar interface cérebro-máquina, ou seja: de conectar o cérebro humano a membros robóticos. A previsão é que as pessoas que perderam membros e que venham a se beneficiar desta interface precisem ser treinadas na utilização do membro artificial, e adivinha só quem vai fazer isso?
Isso mesmo! Fisioterapeutas!
Já imaginou as oportunidades de trabalho que podem surgir a partir daí?

Mesmo os pacientes submetidos ao polêmico tratamento com células-tronco necessitarão de reabilitação tanto antes, para manter o comprimento muscular e a integridade articular, quanto depois, justamente para reaprenderem os movimentos.

Pois é pessoal, para aqueles que leram esta postagem esperando a declaração do fim da fisioterapia, lamento informar que ainda não foi desta vez.
Mas se serve de consolo, você terá outra chance em dezembro de 2012. Nessa data não só a fisioterapia, mas o mundo todo irá acabar. . .
 . . . será?

Gravidez: como controlar o apetite durante os nove meses


Esqueça a velha história de que você tem de comer por dois. Apesar de a fome aumentar nesse período, não é preciso dobrar a quantidade de comida; bastam algumas modificações no cardápio.
*Simone Tinti
Você está grávida e ouviu dizer que precisa comer por dois? Pois esqueça essa história. Como diz Durval Ribas Filho, presidente da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia), apesar de a fome aumentar, sim, durante os nove meses, o exagero precisa ser evitado.

Como explica o nutrólogo, há dois fatores principais que interferem na sensação de saciedade da grávida. O primeiro é que o corpo passa a produzir mais peptídeos (substâncias responsáveis por mediar a sensação de fome); o segundo é que há diminuição dos movimentos peristálticos, que movimentam o alimento através do trato digestório. “É como se o próprio corpo dissesse ‘você precisa comer mais’”, afirma. Mas essa quantidade é pequena: cerca de 300 calorias a mais do que as 2 mil geralmente indicadas para um adulto.

E esse valor não precisa ser aumentado de uma só vez. “Vá aos poucos. No primeiro trimestre, adicione 150 calorias; no segundo, 250; no terceiro, 450...mas a média será de 300 calorias”. No caso de gravidez de gêmeos, basta dobrar esse número.

Então, se a fome aumenta, como controlar o ato de comer por impulso - que geralmente leva ao exagero? Uma sugestão do nutrólogo é comer de 6 a 8 vezes por dia, intercalando as refeições principais com lanches leves. Queijo, leite, gelatina ou alguma fruta estão liberados. Evite alimentos gordurosos e com excesso de sal.

Mães gordas, crianças obesas

Ao controlar seu peso, você está preservando não apenas a sua saúde, mas também a do bebê. Um estudo divulgado recentemente apontou que a obesidade da mãe pode aumentar o risco de o filho ter doenças congênitas, enquanto uma outra pesquisa sugere que gestantes acima do peso têm mais probabilidade de dar à luz bebês com peso acima da média.

Quanto engordar?

Não há consenso entre os obstetras. Enquanto alguns recomendam de 9 a 11 quilos, outros dizem que o ideal é de 11 a 15 quilos. Há ainda outra tabela que estima que a gestante deve engordar cerca de 15% do total do peso pré-gestacional. O melhor é consultar o seu médico.



Fonte:http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI66404-10563,00-GRAVIDEZ+COMO+CONTROLAR+O+APETITE+DURANTE+OS+NOVE+MESES.html

A importância dos exames femininos


Sentirmo-nos bem não é suficiente para ficarmos tranquilos quanto ao nosso estado de saúde. Todos os dias pessoas aparentemente saudáveis descobrem, a partir de um sintoma ligeiro, uma doença já em fase desenvolvida, que os médicos garantem ter estado presente por longos meses, silenciosamente.

O "exame de saúde" nasce desta noção. Em vez de procurarmos o médico quando nos apercebemos de uma alteração física, consultamo-lo com regularidade.

Pressão

Uma vez por ano, a partir dos 20 anos, para manter a pressão sob controle e evitar riscos de infarte e derrame.

Colesterol

A cada dois anos, a partir dos 30 anos, para evitar riscos de infarto.

Densitometria óssea

Uma vez por ano, depois da menopausa, para descobrir a evolução da perda óssea.

Mamografia


A primeira com 35 anos e uma por ano depois dos 40 anos, para detectar o câncer de mama precocemente.

Papanicolau e colposcopia

Uma vez por ano depois da primeira relação sexual, para detectar alterações no útero e ovário.

Ultrassom das mamas

Uma vez por ano, a partir da primeira menstruação, para mulheres com histórico de câncer na família para detectar tumores.

Ultrassom transvaginal

Nas mulheres que não estão grávidas, serve para detectar possível câncer de endométrio. Deve ser feito anualmente.

Autoexame de mamas

Uma vez por mês, logo depois da menstruação, para detectar secreções, feridas e caroços.

Autoexame da mama

O autoexame deve ser feito mensalmente pela própria mulher após o período de menstruação. Aquelas mulheres que já entraram na menopausa ou que não menstruam por qualquer outra razão devem examinar as mamas uma vez por mês. Se notar nódulos ou se houver secreção ao apertar os mamilos, deve procurar imediatamente o médico.

Importante

Não há limite de idade para iniciar a rotina médica. Caso a mulher fume, esteja acima do peso, tenha antecedentes familiares ou seja sedentária, ela pode começar a partir dos 30 anos.

Exames

Atualmente, a visão da medicina é muito diferente da ciência que dirigia todos os seus esforços para curar doenças. Com o advento dos exames de imagem, como a ultrassonografia ou a tomografia computadorizada, somados aos exames laboratoriais mais precisos, hoje é possível detectar um sem-números de enfermidades na fase inicial, quando ainda não há sintomas de sua existência.

Check-up

O conjunto de exames que todo paciente conhece pela expressão inglesa check-up começou a se tornar popular a partir da década de 1960. No auge do programa espacial norte-americano, os astronautas precisavam ser avaliados com rigor. Para isso, deveriam se submeter a uma série de exames físicos para verificar se estavam aptos ou não para encararem o espaço.

No final da mesma década, o check-up já era indicado pelos médicos para os seus pacientes em geral. Entretanto, naquela época os exames não eram feitos com a intenção de descobrir e prevenir doenças como acontece hoje, mas apenas para auxiliar o médico a fazer um diagnóstico correto, principalmente quando havia dúvidas sobre o quadro de um paciente.


 
Fonte: JORNAL DO POVO - RS