terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Terapias Manuais

Método Mulligan
Desde o início dos tempos que grandes sábios já começaram a dar importância à manipulação da coluna vertebral e membros como é o caso de Hipócrates à 400 ªc, já usava técnicas de terapia manual, depois ao longo do tempo vários outros cientistas e estudiosos criaram várias teorias e técnicas que são estudadas e praticadas até os dias de hoje.

A primeira teoria posicional foi criada por um médico anatomista Ambroise Paré em 1500, que trabalhava mais comumente com pacientes com curvatura lateral de coluna, as famosas escolioses.

O conceito Mullingan foi desenvolvido pelo Drº Brian Mullingan, trata-se de uma técnica de terapia manual que basea-se no reposicionamento articular. Brian tinha conhecimento das falhas posicionais, isto é, após uma lesão ou trauma uma articulação pode assumir uma posição ligeiramente anormal, muitas vezes não visíveis a exames de imagem como por exemplo o RX.

Essas falhas posicionais limitam movimentos fisiológicos e causam dor. A técnica do mulligan foi desenvolvida para reparar essas pequenas falhas, a terapia é executada de forma indolor, se houver dor é porque a técnica não foi eficaz. Existe várias formas de se aplica a técnica, em todas as articulações como cervical, joelho, punho etc.

A terapia Mulligan é executada em posições anti-gravitária ou em movimento, isto quer dizer, no movimento que causa dor. Sua indicação é para toda falha posicional como por exemplo um torcicolo na região cervical. É contra indicado para pessoas cardíacas, hemofílicos ou condições de extrema dor ou trauma severo recente.



Método Maitland


1. Conceito Maitland: É um método fisioterapêutico criado por Geoff Maitland, australiana que estabeleceu a fundamentação da fisioterapia manipulativa. A terapia manual, é a forma de tratamento, incluindo técnicas de mobilização e manipulação (thrust) articular; de forma segmentar.

2. Objetivo: Produzir uma resposta analgésica e/ou uma melhora na amplitude do movimento.

3. Indicações: Pacientes com disfunções neuro-músculo-esqueléticas (podendo estar envolvidas as articulações periféricas e/ou da coluna vertebral, além da articulação têmporo-mandibular (ATM)); onde essas alterações, podem gerar dor, parestesia, rigidez, fraqueza, instabilidade articular, perda de controle, etc...

4. Contra-indicações

4.1. Distúrbios: ( espondilolistese, hipermobilidade, lesões vertebrais com compressão de raízes nervosas, compressão da cauda eqüina ou da medula (mielopatia) e estenoses extremas.
4.2. Traumas: fratura, fratura por stress, subluxação e lesões ligamentares.
4.3. Tumores
4.4. Infecções
4.5 Artropatias Inflamatórias: espondilite anquilosante, artrite reumatóide, Doença de Reiter, colite ulcerativa, Doença de Crohn e psoríase.
4.6. Metabólicas: osteoporose e osteomalácia.
4.7. Outros: insuficiência vértebro-basilar, últimos meses de gravidez, crianças, neonatos, problemas psicológicos, espasmo intenso, diagnóstico incerto (ex.: doenças orgânicas simulando dor de origem espinhal) e crença pessoal.

5. Avaliação:

5.1. Exame subjetivo: pela análise dos sinais e sintomas relatados pelos pacientes (p.e.: dor ou disfunção relacionadas à posições ou movimentos. Este tipo de avaliação é para se obter dados como: a queixa principal do paciente, o tipo de desordem, a área e o comportamento dos sintomas, a história atual e a pregressa, os fatores psicosociais, o estado de saúde geral, medicações, exames, e através desses dados e da avaliação física, é que poderemos traçar nossos objetivos e os resultados esperados do tratamento.

5.2. Exame físico: através da avaliação manual, avaliação da marcha e padrões gerais de movimento, avaliação da postura estática, testes fisiológicos ativos, avaliação fisiológica passiva e avaliação acessória passiva. Os graus de movimento passivo usados na avaliação, são os mesmos utilizados durante o tratamento e serão citados abaixo no item 6.1.3.

6. Tratamento: através de movimentos passivos, os quais restabelecem as articulações acometidas.
6.1. Técnicas: incluem a mobilização e a manipulação articular segmentar.
6.1.1. Seleção: a seleção da técnica a ser utilizada, deve considerar a relação entre a dor e a resistência. Alguns fatores como: posicionamento articular, direção da força, compressão ou tração, velocidade, ritmo e tempo de aplicação, devem ser bem analisados. As técnicas são baseadas nos exames: subjetivo (sinais e sintomas) e no exame físico (movimentos ativos, fisiológicos passivos e acessórios passivos.
6.1.2. Tempo: não há um tempo ou uma técnica definida para uma condição definida. A técnica será direcionada de acordo com o objetivo que se quer alcançar.
6.1.3. Graus de movimento passivo: definidos pela quantidade de resistência e pela amplitude do movimento.

G1- pequena amplitude de movimento no início da amplitude do movimento.
G2- grande amplitude de movimento no meio da amplitude do movimento ( sem resistência).
G3- grande amplitude de movimento no ponto de resistência.
G4- pequena amplitude de movimento no ponto de resistência.
G5- pequena amplitude de movimento e thrust em alta velocidade.

OBS.: Os graus de mobilização 1 e 2 são usados quando se tem a intenção de reduzir, eliminar a dor (nos casos de dor dominante) e os graus 3, 4 e 5, para se obter alongamento e conseqüentemente, uma maior amplitude de movimento (nos casos de rigidez dominante).

7. Efeito Fisiológico

O método Maitland, ativa o mecanismo não-opióide., através da estimulação da substância periaquedutal cinza dorsal. Conseqüentemente, ocorrem efeitos de analgesia e melhora do movimento imediatos.

A terapia pelo contato manual, estimula receptores na pele, nos músculos e nas articulações e estes impulsos aferentes, alcançam a medula e centros cerebrais superiores para produzir uma resposta analgésica e uma melhora no movimento. A disfunção dos movimentos funcionais pode ser causada por uma restrição no movimento segmentar. Portanto, a avaliação e o tratamento dessas restrições segmentares, irão possibilitar a reabilitação do movimento funcional.



Método Kabat


O método kabat está incluído no grupo da Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva e foi desenvolvido pelos norte-americanos Herman Kabat, médico e Margaret Knott, fisioterapeuta, entre 1946 e 1951. Trata-se de um recurso terapêutico cinético que utiliza o estímulo da sensibilidade proprioceptiva para aumentar a força, flexibilidade e coordenação, melhorando a qualidade do movimento.

Nesta técnica da fisioterapia, enfatiza-se a reeducação seletiva dos elementos motores individuais por meio do desenvolvimento neuromuscular, da estabilidade articular e da mobilidade coordenada. Os objetivos do método são, portanto, aumentar ou recuperar a potência muscular, aumentar a velocidade de execução do movimento, melhorar a precisão do movimento e recuperar ou melhorar a função estabilizadora.

Todos os métodos de Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva são baseados em princípios teóricos bem conhecidos e foram desenvolvidos cientificamente. Inicialmente eram indicados e usados para disfunções sistêmicas, como poliomielite e distrofia muscular, alcançando atualmente um campo bastante vasto. O método kabat pode ser utilizado em casos de disfunções musculoesqueléticas e articulares, traumatismos e doenças do sistema nervoso, entre outras.



Mobilização Neomeníngea


Movimentos do sistema nervoso foram citados pelo autor Alf Breig em 1960. Maitland e Elvey desenvolveram testes clínicos onde aplicavam tensão no trato neural. Mais recentemente, em 1991, o fisioterapeuta australiano David S. Butler publicou “Mobilisation of the Nervous Sistem”, com ênfase à terapêutica.

A função do sistema nervoso depende de propriedades mecânicas (movimento e tensão) e fisiológica (transmissão de impulsos) normais. Assim, o SNP e o SNC podem ser afetados por compressão pelas estruturas adjacentes ou estiramento, levando a perda das propriedades citadas anteriormente. Um comprometimento de origem neural ode levar a disfunções do próprio sistema nervoso ou de estruturas musculoesqueléticas inervadas por ele.

A mobilização neuromeníngea ou Tensão Neural Adversa tem como objetivo restaurar a biomecânica e fisiologia do sistema nervoso recuperando a função normal do mesmo e das estruturas comprometidas. Esta técnica está indicada no tratamento de neuropatias compressivas dos membros superiores e inferiores, LER/DORT, distrofia simpático reflexa, neuropraxias pós-cirúrgicas, tendinites, tenossinovites, hérnia de disco, osteoartrose, espasticidade em indivíduos com distúrbios neurológicos, entre outros.









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