terça-feira, 1 de março de 2011

Pé Plano e Pé Cavo

Os pés são estruturas importantes para a sustentação corporal e para a locomoção do nosso corpo. Constituem partes complexas do corpo humano, formadas por ossos, músculos, bursas e tendões . Seus músculos e articulações são projetados para dar estabilidade e mobilidade às outras estruturas do membro inferior.

Eles devem possuir adequado formato anatômico - inclusive com um arqueamento na sola - para favorecer a distribuição do peso corporal, o equilíbrio e a deambulação (movimentação em pé).

Além disso, devem sustentar o peso corporal quando o indivíduo está em pé, com um mínimo de gasto de energia muscular. A capacidade de se adaptarem ao meio é imprescindível, de modo que absorvam as forças mecânicas e acomodem-se às superfícies irregulares por onde andamos. Do mesmo modo, eles também precisam ter a capacidade de tornar-se uma alavanca estrutural rígida que impulsione o corpo para a frente durante a marcha ou a corrida.

Para evitar as quedas, alguns sistemas sensoriais sofisticados, que compõem o nosso sistema nervoso central (SNC), controlam a postura e as relações entre corpo e meio em que vivemos, criando estímulos e transformando-os em sinais que permitem um ajuste constante dos músculos que controlam a postura.

Atenção!
* Os movimentos mecânicos básicos dos pés são afetados pelas propriedades do controle postural e biomecânico, ou mesmo pela instabilidade dos calçados que usamos.

Veja algumas alterações morfológicas dos pés e identifique o seu tipo de pé!

Fique atento para a necessidade de tratamento. Na maioria das vezes, o uso de sapatos ou palmilhas ortopédicas, a realização de fisioterapia e terapia medicamentosa são os tratamentos indicados. Em situações extremas, podem ser necessárias as intervenções cirúrgicas.

Pé plano /Pé pronado

O pé plano é uma condição muito comum. Conhecido como “pé chato”. Caracteriza-se por uma postura pronada (uma inclinação dos ossos do tornozelo para dentro) da parte posterior do pé. Além disso, ocorre uma diminuição do arco longitudinal plantar, que vai desde os dedos até o calcanhar, condição na qual a maior parte da planta do pé fica em contato com o solo.

Essa condição se instala devido ao afrouxamento ligamentar, ou da fáscia plantar, que altera a curvatura fisiológica, resultando em prejuízo na funcionalidade estrutural dos pés. Tal sobrecarga, além de produzir calosidades, impõe alterações na marcha, com conseqüente perda de equilíbrio e lesões nas áreas de impacto.

Há pessoas com o pé raso que tendem a colocar o peso corporal todo para o lado medial do pé, como resultado da redução ou ausência do arco longitudinal do pé. Nesses casos, pode haver o aparecimento de dor e outros desconfortos, nos pés e em outras regiões do corpo, como joelho, quadril e coluna, podendo atingir até a região do pescoço e da cabeça. Em contrapartida, muitas das variações dos pés planos geralmente não causam dor nem outros problemas, de modo que a pessoa com essa alteração anatômica nem sabe que a possui. Na maioria dessas situações não há necessidade de tratamento.
* Em bebês e crianças
O arco longitudinal do pé começa se formar na infância, somente após a criança iniciar seus primeiros passos. É normal bebês não apresentarem as curvaturas nos pés. Caso persista após os dois anos de idade, os pais devem estar atentos para a necessidade de um tratamento ortopédico. Os sapatos servirão como molde para que a criança não sofra com futuras deformações. Raramente será necessário o tratamento cirúrgico, que é utilizado para corrigir desvios mais graves.




Pé cavo/Pé supinado

Também conhecido como “pé arqueado”. Apresenta elevação excessiva do arco longitudinal da base plantar do pé, desde os dedos até o calcanhar. O exagero dessa curvatura, se caracteriza pela distribuiçao do peso em apenas dois pontos, o calcâneo e a cabeça dos metatarsos (dedos dos pés). Freqüentemente, ocorre um desequilíbrio na distribuição dos pontos de pressão, que pode ocasionar dores e calosidades na base dos dedos.

Caracteriza-se por apresentar rigidez excessiva e inflexibilidade, dificultando o amortecimento das forças pelas arcadas plantares. Isso pode causar dificuldades de adaptação aos calçados - que, em geral, necessitam de suporte de arco - e dor ao realizar atividades como caminhar, correr e ficar longos períodos em pé. Em casos mais graves, pode causar incapacitação importante.

Sua causa pode ser neurológica, ortopédica ou neuromuscular.

* Geralmente são observados desvios compensatórios ascendentes em joelhos, pelve e coluna, associados ao calcâneo varo.

Cuidados: A melhor forma de compensar a rigidez e a falta de amortecimento de um pé cavo será com sapatos com características contrárias às do pé. Neste caso, o ideal é procurar sapatos que ofereçam mais flexibilidade e amortecimento de impactos. Outro fator é a acomodação do pé nos sapatos: além de uma boa folga no comprimento, o pé deve ajustar sem exceder a largura do sapato, promovendo a movimentação natural do pé.

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