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Câncer, problemas cardíacos, diabetes e epilepsia. Apesar de não ter cura, essas doenças já possuem terapias e tratamentos que permitem aos portadores levar uma vida normal, dependendo da gravidade do problema. No entanto, um estudo feito nos Estados Unidos revelou que pessoas que tiveram doenças crônicas ou graves durante a infância sofrem problemas para estudar. A consequência disso é que elas ficam mais tempo desempregadas e recebem salários mais baixos.
Realizado pelo Centro Médico da Universidade de Duke (EUA), o estudo avaliou informações de 13 mil pessoas que eram estudantes do ensino fundamental ou do ensino médio entre 1994 e 1995.
Os participantes foram divididos em três grupos: portadores de doenças na infância (como câncer, problemas cardíacos, diabetes ou epilepsia); pessoas que ficaram doentes quando se tornaram adultos; e os que nunca tiveram uma dessas quatro doenças.
A pesquisa mostrou diferenças significativas entre os participantes que chegaram à idade adulta (de 24 a 32 anos). Entre todos os portadores de uma das doenças durante a infância, 52,5% estavam empregados quando o estudo foi feito. Já entre os outros dois grupos, 67,5% estavam trabalhando.
De acordo com o pediatra Gary Maslow, principal autor do estudo, os resultados mostraram que as crianças doentes sofreram mais com problemas educacionais e de formação profissional.
Uma doença grave prejudica um paciente na escola, segundo os pesquisadores, por causa de ausências, complicações do tratamento ou incapacidades provocadas pela doença.
Martha Askins, professora da Universidade do Texas, exemplifica o que acontece com uma criança que passa por tratamento de câncer.
- Essas crianças às vezes levam de seis meses a dois anos sem ir à escola porque seu sistema imunológico fica prejudicado.
Renda e soluções
O levantamento mostrou ainda que a renda anual de pessoas com doenças na infância foi R$ 8.560 menor do que a dos outros grupos. Além disso, segundo os pesquisadores, os portadores recorreram mais à assistência pública durante o período de estudo.
Para Stephen Daniels, outro pediatra autor do estudo, apesar dos indícios, os resultados do estudo não preocupam.
Para Stephen Daniels, outro pediatra autor do estudo, apesar dos indícios, os resultados do estudo não preocupam.
- A maioria das pessoas com doenças crônicas estão lidando muito bem com a doença.
Maslow reforça a opinião do companheiro de estudo e afirma que aqueles que sobrevivem às doenças na infância são capazes de fazer tudo o que os outros fazem.
- Essas pessoas são muito resistentes socialmente.
Segundo Askins, é preciso avaliar cada caso para entender se a criança tem diferenças de aprendizagem, deficiências físicas ou cognitivas. Se isso acontecer, o fundamental é encontrar maneiras para corrigir essas deficiências.
- É preciso encontrar maneiras para manter sua evolução nos estudos, ainda que eles não sejam capazes de ir às aulas regulares. Eles podem receber aulas em casa, na internet ou participar de programas educacionais nos hospitais.
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