A entorse de tornozelo é provavelmente a lesão mais comum em esportistas [1], sendo a entorse em inversão o tipo mais freqüente, ocorrendo em cerca de 85% das vezes. Vários estudos demonstram que se não for tratada adequadamente, a entorse de tornozelo pode levar à instabilidade crônica, que pode afetar o desempenho e predispor o atleta ao risco de se lesionar novamente [2-5].
Freeman propôs o termo Instabilidade Funcional (IF) para designar o “falseio” que alguns pacientes referem mesmo após terem completado o programa de fisioterapia [6]. Neste ponto, é preciso diferenciar a IF da instabilidade mecânica (IM), a qual possui uma etiologia anatômica clara. Esta distinção é importante porque Freeman escreveu que o FI estava presente em cerca de 40% das lesões do ligamento lateral do tornozelo, e que esta instabilidade seria causada por déficits dos impulsos nervosos provenientes do tornozelo [6]. Em outras palavras: um déficit envolvendo propriocepção. Vale apena relembrar que a propriocepção é a capacidade de reconhecer como o corpo está orientado no espaço e fazer os ajustes necessários para evitar lesões. Proprioceptores nos músculos que agem sobre o tornozelo fornecem feedback para atingir e manter o equilíbrio. Freeman também sugeriu que este déficit poderia ser permanente, resultando em prejuízo para a estabilização reflexa dos músculos da perna e tornozelo.
Quando estes conceitos são aplicados na prática clínica, torna-se evidente que cabe ao fisioterapeuta elaborar e implementar um programa de reabilitação para tratar estes déficits. Um programa de reabilitação pós entorse de tornozelo deve levar em conta os seguintes fatores: A compreensão da estrutura e função da articulação do tornozelo, seus receptores associados, e seu envolvimento com o sistema locomotor, e no caso de atletas, treinamento específico para atender às demandas do esporte de forma a permitir o retorno pleno a atividade [7] Programas de reabilitação para o tornozelo devem abordar a proteção das estruturas ligamentares, manutenção da amplitude de movimento, fortalecimento da musculatura de suporte e treino de equilíbrio e propriocepção.Freeman propôs o termo Instabilidade Funcional (IF) para designar o “falseio” que alguns pacientes referem mesmo após terem completado o programa de fisioterapia [6]. Neste ponto, é preciso diferenciar a IF da instabilidade mecânica (IM), a qual possui uma etiologia anatômica clara. Esta distinção é importante porque Freeman escreveu que o FI estava presente em cerca de 40% das lesões do ligamento lateral do tornozelo, e que esta instabilidade seria causada por déficits dos impulsos nervosos provenientes do tornozelo [6]. Em outras palavras: um déficit envolvendo propriocepção. Vale apena relembrar que a propriocepção é a capacidade de reconhecer como o corpo está orientado no espaço e fazer os ajustes necessários para evitar lesões. Proprioceptores nos músculos que agem sobre o tornozelo fornecem feedback para atingir e manter o equilíbrio. Freeman também sugeriu que este déficit poderia ser permanente, resultando em prejuízo para a estabilização reflexa dos músculos da perna e tornozelo.
PROTEÇÃO DAS ESTRUTURAS
Durante a fase inicial do tratamento, os objetivos são: diminuir o edema e proteger as estruturas danificadas. Diversos têm demonstrado os efeitos prejudiciais do edema sobre a ação muscular reflexa [8]. Ao identificar este problema, o fisioterapeuta deve iniciar o protocolo PRICE (proteção, repouso, gelo, compressão e elevação). Exercícios suaves de amplitude de movimento podem ser iniciados ainda nesta fase.
AMPLITUDE DE MOVIMENTO E FORÇA Seguindo aos exercícios de amplitude de movimento ativo-livres conforme tolerado, pode-se começar a pensar em atividades contra resistência, pois o ganho de força é também um componente importante para o reforço da propriocepção [9].
Inicialmente, as atividades de resistência podem ser executadas aplicando-se a resistência manualmente, pois assim o fisioterapeuta é capaz de adaptar a sua resistência para alcançar um nível máximo sem dor. Além disso, evita-se o risco de suscitar um movimento inesperado ou inadequado do tornozelo.
Pode-se progredir para exercícios em cadeia cinética fechada (CCF). Neste caso, é importante ter em mente que as atividades em CCF, em oposição a atividades em cadeia cinética aberta, simulam melhor as atividades funcionais do tornozelo. Além disso, equilíbrio e estabilidade também são trabalhados melhor em CCF por meio da co-contração muscular. Um exercício inicial em CCF seria o apoio unipodal independente (ou com ajuda externa mínima) sobre o membro afetado, enquanto movimenta o membro inferior não afetado alternadamente entre a abdução, flexão eextensão, de preferência sem tocar o solo entre um movimento e outro. Isto exige a adaptação a mudanças no centro de gravidade sobre uma base relativamente pequena de apoio.
Em seguida, pode-se progredir para a utilização da prancha de equilíbrio com os olhos abertos e depois fechados para minimizar o efeito do feedback visual. Lembrando que atividades de força também podem ser feitas em CCF.
Em seguida, pode-se progredir para a utilização da prancha de equilíbrio com os olhos abertos e depois fechados para minimizar o efeito do feedback visual. Lembrando que atividades de força também podem ser feitas em CCF.
REABILITAÇÃO ESPECÍFICA PARA O ESPORTENo caso de estar tratando atletas, o objetivo da fase final do programa de tratamento é a segurança de retorno ao esporte com o menor risco de nova lesão. Assim, o fisioterapeuta deve examinar de perto o desporto do atleta e tentativa de replicar as suas exigências, tanto quanto possível na reabilitação.
Quem quiser ter mais idéias sobre exercícios de propriocepção, tem uns videos muito bons no youtube. No video seguinte, dá pra ver alguns exercícios básicos para tornozelo. Quem já tem experiência em fisio desportiva provavelmente não vai achar nada de mais. Mas mesmo assim recomendo assistir. Não só pelo conteúdo mas principalmente pela trilha sonora. Aumenta o volume pra ouvir Back in Black do AC/DC ! ! ! ! !
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O video seguinte tem uma seleção de exercícios que eu não conhecia e que achei muito interessantes. O vídeo começa os som do bom e velho Ozzy Osbourne. Pena quea segunda música não segue o mesmo gênero musical... bom, não tenho do que reclamar. Podia ser pior. Podia ser música sertaneja.
REFERÊNCIAS
[1] Garrick JG, Requa RK. The epidemiology of foot and ankle injuries in sports. Clin Sports Med 1988;7(1):29-36.
[2] Diamond JE. Rehabilitation of ankle sprains. Clin Sports Med 1989;8:877-891.
[3] Bernier JN, Perrin DH, Rijke A. Effect of unilateral functional instability of the ankle on postural sway and inversion and eversion strength. J Athlet Train 1997;32(3):226-232.
[4] Lentall G, Baas B, Lopez D, et al. The contributions of proprioceptive deficits, muscle function and anatomic laxity to functional instability of the ankle. J Orthop Sports Phys Ther 1995;21(4):206-215.
[5] Rozzi SL, Lephart SM, Sterner R, Kuligowski L. Balance training for persons with functionally unstable ankles. J Orthop Sports Phys Ther 1999;29(8):478-486.
[6] Freeman MA. Instability of the foot after injuries to the lateral ligaments of the ankle. J Bone Joint Surg 1965;47B(4):669-677.
[7] Molnar ME. Rehabilitation of the ankle. Clinics in Sports Medicine, 1988;7(1):193-204.
[8] Tropp H, Ekstrand J, Gillquist J. Stabilometry in functional instability of the ankle and its value in predicting injury. Med Sci Sports Exerc 1984;16(1):64-66.
[9] Newton RA. Joint receptor contributions to reflexive and kinesthetic responses. Phys Ther 1982;62:22-29.
LINKs
http://scoretrain.com/balancetraining.aspx
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