A pandemia de gripe
de 2009 (inicialmente designada como gripe suína e em abril de 2009 como gripe
A) foi um surto global de uma variante de gripe suína cujos primeiros casos
ocorreram no México em meados do mês de março de 2009. Veio a espalhar-se pelo
mundo, tendo começado pela América do Norte, atingindo pouco tempo depois a
Europa e a Oceania. O vírus foi identificado como uma nova cepa do já conhecido
Influenza A subtipo H1N1, o mesmo vírus responsável pelo maior número de casos
de gripe entre humanos, o que tornou possível também a designação nova gripe A,
em oposição à gripe A comum.
Influenza A subtipo
H1N1 também conhecido como A (H1N1), é um subtipo de Influenza vírus A e a
causa mais comum da influenza (gripe) em humanos. A letra H refere-se à
proteína hemaglutinina e a letra N à proteína neuraminidase. Este subtipo deu
origem, por mutação, a várias estirpes, incluindo a da gripe espanhola
(atualmente extinta), estirpes moderadas de gripe humana, estirpes endêmicas de
gripe suína e várias estirpes encontradas em aves.
Orientações gerais
para o manejo clínico
No indivíduo com manifestações clínicas
compatíveis com doença respiratória aguda grave, deve-se:
- Utilizar equipamentos de proteção
individual conforme orientações nesse Protocolo;
- Realizar avaliação clínica minuciosa
- Coletar amostra de secreção
nasofaringeana, até o 7º dia de início dos sintomas;
- Recomenda-se fortemente internar o
paciente, dispensando-lhe -lhe dos os cuidados que o caso requer.
Fatores de risco
para complicações por influenza
- Idade: inferior a 02 ou superior a 60 anos de idade;
- Imunodepressão: por exemplo, pacientes com câncer, em
tratamento para aids ou em uso regular de medicação imunossupressora;
- Condições
crônicas: por exemplo,
hemoglobinopatias, diabetes mellitus; cardiopatias, pneumopatias e
doenças renais crônicas
- Gestação
- Obesidade Mórbida: IMC
> 35
Exames Laboratoriais
O exame laboratorial para diagnóstico
específico de influenza A (H1N1) somente está indicado, para:
-Acompanhar casos de doença respiratória
aguda grave, segundo avaliação do médico assistente;
-Em amostras de casos de surtos de síndrome
gripal em comunidades fechadas, segundo orientação da vigilância
epidemiológica.
O Ministério da Saúde alerta aos
profissionais de saúde e aos familiares de indivíduos com doença respiratória
aguda grave que as condutas clínicas não dependem do resultado do exame laboratorial
específico para influenza A(H1N1). O Ministério da Saúde esclarece ainda que
este exame, quando indicado, demanda um tempo maior de realização, pela
complexidade da técnica utilizada.
Técnica para a
coleta
Preferencialmente, utilizar a técnica de
aspirado de nasofaringe com frasco coletor de secreção, pois a amostra obtida
por essa técnica pode concentrar maior número de células.
Na impossibilidade de utilizar a técnica de
aspirado de nasofaringe, como alternativa, poderá ser utilizada a técnica de swab
combinado de nasofaringe e orofaringe, exclusivamente com swab de rayon.
Não deverá ser utilizado swab de algodão,
pois o mesmo interfere nas metodologias moleculares utilizadas.
As amostras de secreção respiratória
coletadas devem ser mantidas em temperatura adequada de refrigeração (4 a 8ºC)
e encaminhadas aos LACEN no mesmo dia da coleta.
Medidas de
precaução e controle a serem adotadas na assistência
Com o aumento do número de casos de
influenza A (H1N1), o que gerou um maior conhecimento sobre a epidemiologia
viral, observou-se a necessidade de revisão das medidas de precaução e controle
a serem instituídas nos serviços de saúde.
Atualmente, as evidências sugerem que o
vírus da influenza A (H1N1) está apresentando uma dinâmica de transmissão
semelhante à da influenza sazonal. Sendo assim, recomenda-se que sejam instituídas
medidas de precaução para gotícula e precaução padrão na assistência a casos
suspeitos e confirmados de infecção pelo vírus da influenza A (H1N1) nos
serviços de saúde. Entretanto, para procedimentos com risco de geração de
aerossol, enfatiza-se que deve-se incluir as precauções para aerossóis.
Medidas
preventivas
É importante destacar que a adoção de
medidas de precaução deve estar sempre associada a outras medidas preventivas,
tais como:
- Freqüente higienização das mãos.
- Utilizar lenço descartável para higiene
nasal;
- Cobrir nariz e boca quando espirrar ou
tossir;
- Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e
boca;
- Higienizar as mãos após tossir ou
espirrar;
- Evitar tocar superfícies com luvas ou
outro EPI contaminados ou com mãos contaminadas. As superfícies envolvem
aquelas próximas ao paciente (ex. mobiliário e equipamentos para a saúde) e
aquelas fora do ambiente próximo ao paciente, porém relacionadas ao cuidado com
o paciente (ex. maçaneta, interruptor de luz, chave, caneta, entre outros);
- Não circular dentro do hospital usando os
EPI; estes devem ser imediatamente removidos após a saída do quarto, enfermaria
ou área de isolamento;
- Restringir a atuação de profissionais de
saúde com doença respiratória aguda na assistência ao paciente.
Nota 1: Os pacientes com infecção por Influenza A (H1N1)
devem utilizar máscara cirúrgica desde o momento em que for identificada a
suspeita da infecção até a chegada no local de isolamento.
Nota 2: Ressalta-se a necessidade do uso racional de
EPI nos serviços de saúde.
Equipamentos de
Proteção Individual – EPI
Máscara cirúrgica
Deve ser utilizada para evitar a
contaminação do profissional por gotículas respiratórias, quando o mesmo atuar
a uma distancia inferior a 1 metro do paciente suspeito ou confirmado de infecção
pelo vírus da influenza.
Máscara de
proteção respiratória (Respirador Particulado)
Quando o profissional atuar em procedimentos
com risco de geração de aerossol nos pacientes com infecção por influenza deve
utilizar a máscara de proteção respiratória (respirador particulado) com
eficácia mínima na filtração de 95% de partículas de até 0,3μ (tipo N95, N99, N100,
PFF2 ou PFF3).
São exemplos de procedimentos com risco de
geração de aerossóis: a intubação traqueal, a aspiração nasofaríngea e
nasotraqueal, broncoscopia, a autópsia envolvendo tecido pulmonar e a coleta de
espécime clínico para diagnóstico etiológico da influenza, dentre outros.
A máscara de proteção respiratória deverá
estar apropriadamente ajustada à face. A forma de uso, manipulação e armazenamento
deve seguir as recomendações do fabricante. Deve ser descartada após o uso.
Luvas
As luvas de procedimentos não cirúrgicos
devem ser utilizadas quando houver risco de contato das mãos do profissional
com sangue, fluidos corporais, secreções, excreções, mucosas, pele não íntegra
e artigos ou equipamentos contaminados, de forma a reduzir a possibilidade de transmissão
do vírus da influenza para o profissional, assim como, de paciente para
paciente por meio das mãos do profissional.
Quando o procedimento a ser realizado no
paciente exigir técnica asséptica, deve ser utilizada luvas estéreis (de
procedimento cirúrgico).
As recomendações quanto ao uso de luvas por
profissionais de saúde são:
- Troque as luvas sempre que entrar em
contato com outro paciente;
- Troque também durante o contato com o
paciente se for mudar de um sítio corporal contaminado para outro, limpo, ou
quando esta estiver danificada;
- Nunca toque desnecessariamente superfícies
e materiais (tais como telefones, maçanetas, portas) quando estiver com luvas
para evitar a transferência vírus para outros pacientes ou ambientes;
- Não lavar ou usar novamente o mesmo par de
luvas (as luvas não devem ser reutilizadas);
- O uso de luvas não substitui a
higienização das mãos;
- Proceder à higienização das mãos
imediatamente após a retirada das luvas, para evitar a transferência do vírus
para outros pacientes ou ambientes;
- Observe a técnica correta de remoção de
luvas para evitar a contaminação das mãos, abaixo descrita:
- Retire as luvas puxando a primeira pelo
lado externo do punho com os dedos da mão oposta;
- Segure a luva removida com a outra mão
enluvada;
- Toque a parte interna do punho da mão
enluvada com o dedo indicador oposto (sem luvas) e retire a outra luva.
Protetor Ocular ou
Protetor de Face
Os óculos de proteção (ou protetor de face)
devem ser utilizados quando houver risco de exposição do profissional a
respingo de sangue, secreções corporais e excreções.
Os óculos devem ser exclusivos de cada
profissional responsável pela assistência, devendo, após o uso, sofrer processo
de limpeza com água e sabão/detergente e desinfecção. Sugere-se para a desinfecção
álcool a 70%, hipoclorito de sódio a 1% ou outro desinfetante recomendado pelo fabricante.
Gorro descartável
O gorro deve ser utilizado pelo profissional
de saúde apenas em situações de risco de geração de aerossol em pacientes com
infecção por influenza A (H1N1).
Capote/avental
O capote ou avental deve ser usado durante
procedimentos onde há risco de respingos de sangue, fluidos corpóreos,
secreções e excreções, a fim de evitar a contaminação da pele e roupa do
profissional.
O capote ou avental deve ser de mangas
longas, punho de malha ou elástico e abertura posterior. Além disso, deve ser
confeccionado de material de boa qualidade, não alergênico e resistente; proporcionar
barreira antimicrobiana efetiva, permitir a execução de atividades com conforto
e estar disponível em vários tamanhos.
O capote ou avental sujo deve ser removido
após a realização do procedimento. Após a remoção do capote deve-se proceder a
higienização das mãos para evitar transferência do vírus A (H1N1) para o
profissional, pacientes e ambientes.
Higienização das
mãos
As mãos dos profissionais que atuam em
serviços de saúde podem ser higienizadas utilizando-se: água e sabonete,
preparação alcoólica e anti-séptica degermante.
Os profissionais de saúde, pacientes e
visitantes devem ser devidamente instruídos e monitorados quanto à importância
da higienização das mãos.
Como prevenir